Por ONews, o serviço de notícias da Origamy News
O que você faria se descobrisse que uma manobra financeira comprometeu o futuro econômico do seu país até 2031? Foi exatamente isso que aconteceu em Moçambique com a controversa troca de dívida da EMATUM por Eurobonds, que levou a perdas financeiras significativas e comprometeu o espaço fiscal do país. A FMO (Fundo Monetário de Observação) não poupou críticas, afirmando que essa manobra foi uma tentativa de esconder verdades incômodas.
Vamos entender o caso. A EMATUM (Empresa Moçambicana de Atum) enfrentava uma dívida monumental de 500 milhões de dólares com o Credit Suisse, e simplesmente não conseguia pagar. Com a corda no pescoço, o Governo de Moçambique, assessorado pela consultoria financeira Lazard, decidiu assumir a responsabilidade pela dívida e seus juros. Ignorando os alertas do FMO, o governo prosseguiu com a primeira reestruturação da dívida em 2016, elevando o montante para 726,52 milhões de dólares e estendendo o prazo de pagamento.
Mas como diz o ditado, “desgraça pouca é bobagem”. Em 2019, o governo moçambicano decidiu por uma segunda reestruturação, chamada MOZAM 2032. Esta nova jogada aumentou a dívida para estrondosos 900 milhões de dólares, além de incluir custos adicionais de 40 milhões de dólares em taxas de consentimento e pagamento por troca. É como se a solução para a dívida fosse… criar mais dívida!
O FMO criticou duramente essas decisões, destacando que os recursos utilizados para pagar essas dívidas poderiam ter sido investidos em setores-chave da economia moçambicana. Imagine só, esses milhões poderiam estar financiando escolas, hospitais, infraestruturas e outros projetos essenciais para o desenvolvimento do país. Em vez disso, estamos vendo o comprometimento do espaço fiscal até 2031, ou seja, menos dinheiro para investimentos sociais e econômicos no futuro próximo.
Para muitos, essa troca de dívida não passa de uma tentativa desesperada de empurrar o problema para debaixo do tapete, mas com um custo altíssimo para o povo moçambicano. A lição que fica é que manobras financeiras complexas não são a solução para problemas estruturais – e, muitas vezes, só complicam ainda mais a situação.
Portanto, caro leitor, fique atento às próximas jogadas econômicas de nossos líderes e não se deixe enganar por estratégias que prometem soluções rápidas, mas que no fundo só aprofundam o buraco. E continue acompanhando a ONews para mais atualizações e análises críticas sobre os rumos da nossa economia.
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