Não Há Razão para Moçambicanos Morrerem”: Nyusi Clama por Diálogo em Meio ao Caos Pós-Eleitoral

O Presidente da República, Filipe Nyusi, lançou um apelo à unidade nacional em busca de soluções para a crise política que assola Moçambique desde as controversas eleições de 9 de outubro. Durante um encontro com partidos políticos com e sem representação parlamentar, o chefe de Estado enfatizou que o diálogo é o único caminho para evitar mortes e destruição no país. No entanto, a ausência da Frelimo, partido no poder, foi alvo de críticas e questionamentos por parte dos presentes.

Nyusi destacou que, apesar das diferenças ideológicas, todos os partidos compartilham objetivos comuns, como paz, combate à pobreza e desenvolvimento. “As boas ideias não têm cor”, declarou o Presidente, pedindo aos partidos que deixassem de lado suas divergências para priorizar a estabilidade do país.

Para Nyusi, o cenário atual exige reflexão e ação conjunta. “O desejo de mortes não existe, nem de destruição ou injustiça. Precisamos analisar as razões que nos trouxeram a este ponto e encontrar saídas”, afirmou. Ele defendeu a urgência de identificar denominadores comuns que unam a nação.

A ausência da Frelimo no encontro foi amplamente criticada pelos representantes de outros partidos. Lutero Simango, do MDM, questionou a ausência do partido governista: “A Frelimo deveria estar aqui com maior força. Estamos discutindo a situação do país, e sua presença é indispensável.”

Outros líderes partidários, como Miguel Mabote (Partido Trabalhista) e João Massango (Partido Ecologista), reforçaram a necessidade de engajamento de todos os partidos, incluindo a Frelimo. Para Yacub Sibind, do PIMO, a interação com o Presidente deve ser mais que uma formalidade: “Não podemos vir apenas para trocar bons dias sem resultados práticos.”

Nyusi admitiu que os modelos de consulta ainda não foram estabelecidos, mas destacou que encontros desburocratizados e objetivos são essenciais para a construção de agendas que tragam soluções concretas. “Precisamos de todos os partidos presentes. Este é um esforço coletivo para resolver os problemas do país”, concluiu.

As manifestações contra os resultados eleitorais continuam a gerar instabilidade, com episódios de violência, mortes e destruição de propriedades. Para muitos, a capacidade de diálogo entre as forças políticas será determinante para evitar uma escalada ainda maior da crise e restaurar a confiança na democracia moçambicana.

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