As recentes manifestações que paralisaram cidades como Maputo e Matola continuam a gerar impactos em sectores estratégicos, incluindo a construção civil. Segundo a Federação Moçambicana de Empreiteiros, as interrupções forçaram a desaceleração de várias obras públicas, colocando em risco o cumprimento de prazos e, possivelmente, a necessidade de revisão dos orçamentos em alguns projectos.
Impacto nas Obras e Preocupações do Sector
De acordo com Bento Machaíla, presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros, as manifestações dificultaram o progresso de muitas obras públicas ainda em execução. Empresas de construção enfrentam desafios logísticos e operacionais, com possíveis consequências negativas até o final do ano.
“Temos obras que não estão a acontecer a todo vapor porque as manifestações inviabilizaram o desenvolvimento das actividades. Se isso continuar, muitas empresas terão um desfecho negativo no final do ano”, alertou Machaíla.
A desaceleração também pode forçar ajustes no orçamento de diversos projectos, devido à extensão dos prazos de execução e ao aumento de custos operacionais.
Necessidade de Reajustes e Negociações
A Federação Moçambicana de Empreiteiros enfatiza que a extensão dos prazos impacta directamente os custos das obras. Para mitigar esses efeitos, sugere negociações entre as empresas de construção e as entidades contratantes, tanto em relação aos prazos quanto aos valores contratados.
“As empresas projectaram a execução das obras dentro de um prazo específico. A extensão do tempo influencia no orçamento. Será necessário negociar prazos e preços com as entidades contratantes. É importante que elas compreendam que os empreiteiros estão sendo forçados a essa situação”, afirmou Machaíla.
O Papel da Época Chuvosa
Além das manifestações, a época chuvosa, que já começou em algumas regiões do país, adiciona outro nível de dificuldade à execução de obras. Chuvas intensas frequentemente interrompem trabalhos de campo, tornando ainda mais desafiador cumprir cronogramas estabelecidos.
A combinação entre factores políticos e climáticos exige maior flexibilidade e planejamento estratégico, tanto por parte das empresas quanto do governo, para assegurar a conclusão dos projectos de infra-estrutura em andamento.
O sector de construção em Moçambique enfrenta um período desafiador, com impactos das manifestações e das condições climáticas comprometendo cronogramas e custos. A solução dependerá de negociações colaborativas entre empreiteiros e entidades contratantes, garantindo que as obras públicas possam ser concluídas com eficiência, mesmo em meio às adversidades.
Palavras-chave: obras públicas, manifestações em Moçambique, construção civil, prazos de execução, revisão de orçamento, época chuvosa.
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