Em um movimento diplomático estratégico, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, enviou sua representante especial, Ayanda Dlodlo, a Maputo para solicitar o apoio de Moçambique à candidatura da África do Sul à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). O encontro, realizado na sexta-feira, 11 de abril de 2025, com o presidente moçambicano, Daniel Chapo, destacou não apenas a ambição sul-africana de liderar uma das principais instituições financeiras do continente, mas também a profundidade das relações entre os dois países vizinhos.
Ayanda Dlodlo, falando à imprensa após a audiência, deixou claro o objetivo da visita: “Discutimos a solicitação de apoio em nome do Presidente Cyril Ramaphosa, solicitando apoio para a candidatura da África do Sul para a presidência do Banco Africano de Desenvolvimento.” A escolha de Moçambique como parceiro nesse diálogo não é casual. Como nação influente na África Austral e membro ativo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o apoio moçambicano pode fortalecer a posição sul-africana no cenário continental.
O BAD, fundado em 1964, desempenha um papel crucial no financiamento de projetos de infraestrutura, agricultura e desenvolvimento sustentável em toda a África. A presidência da instituição é uma posição de grande prestígio e responsabilidade, com potencial para moldar as prioridades econômicas do continente. A África do Sul, como uma das maiores economias africanas, vê na liderança do BAD uma oportunidade de ampliar sua influência e promover uma agenda de crescimento inclusivo.
Dlodlo não poupou elogios à relação entre Moçambique e África do Sul, descrevendo-a como “muito histórica” e enraizada em laços que precedem a era colonial. “A cooperação entre Moçambique e a África do Sul cresceu exponencialmente ao longo dos anos,” afirmou, destacando avanços em áreas como desenvolvimento econômico e segurança regional. Essa parceria foi forjada em momentos de luta comum, como o combate ao apartheid, e consolidada por décadas de colaboração em comércio, energia e iniciativas multilaterais.
Nos últimos anos, os dois países intensificaram esforços conjuntos para enfrentar desafios regionais, como a insurgência em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde tropas sul-africanas integram a missão da SADC. Além disso, acordos bilaterais têm facilitado o comércio e o investimento, com a África do Sul sendo um dos principais destinos das exportações moçambicanas.
A enviada de Ramaphosa também enfatizou a cooperação prática entre os dois países. “Há muita colaboração do ponto de vista de desenvolvimento e também de segurança,” disse Dlodlo. Essa parceria inclui projetos de infraestrutura, como corredores logísticos que conectam os portos moçambicanos ao interior da África Austral, e iniciativas para promover a estabilidade política e econômica na região.
Para Moçambique, apoiar a candidatura sul-africana pode trazer benefícios mútuos. Uma presidência do BAD alinhada aos interesses da África Austral poderia priorizar investimentos em áreas estratégicas para o país, como energia renovável e agricultura, setores vitais para o crescimento econômico moçambicano.
Embora o resultado da candidatura sul-africana ainda esteja incerto, o encontro em Maputo reforça a importância do diálogo e da solidariedade entre nações africanas. A escolha do próximo presidente do BAD será um marco para o continente, e a África do Sul está claramente mobilizando seus aliados mais próximos para garantir um assento à mesa.
Enquanto Daniel Chapo avalia o pedido de Ramaphosa, uma coisa é certa: a relação entre Moçambique e África do Sul continuará a ser um pilar de estabilidade e progresso na região. Como vizinhos e parceiros, os dois países compartilham não apenas uma fronteira, mas uma visão de um futuro africano mais próspero.
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