Houthis Atacam Aeroporto de Israel com Míssil e Acendem Alerta Global

No último domingo, 4 de maio de 2025, o grupo rebelde Houthi, apoiado pelo Irã, sacudiu o cenário internacional ao reivindicar um ataque com míssil balístico contra o Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel. O incidente, que interrompeu temporariamente as operações do principal hub aéreo do país, deixou oito feridos e levantou temores sobre a escalada de tensões no Oriente Médio. Com sirenes ecoando em Tel Aviv e um alerta ousado dos Houthis às companhias aéreas, o mundo agora observa de perto as próximas jogadas nesse tabuleiro geopolítico.

O Ataque: Um Golpe no Coração de Israel

Por volta das 9h30, horário local, sirenes de alerta antiaéreo cortaram o silêncio em várias regiões centrais de Israel, incluindo áreas próximas à populosa Tel Aviv. Minutos depois, um míssil balístico, lançado a mais de 2.000 km de distância, no Iêmen, atingiu uma área próxima ao Aeroporto Ben Gurion, segundo o Exército de Defesa de Israel (IDF). O impacto, que ocorreu em um terreno próximo a uma rodovia de acesso, deixou um rastro de fumaça, pânico entre passageiros e um cratera significativa no local.

O porta-voz militar dos Houthis, Yahya Saree, assumiu a responsabilidade pelo ataque em uma transmissão televisionada. Ele descreveu o míssil como “hipersônico” e afirmou que o grupo visa impor um “bloqueio aéreo” a Israel, alertando companhias aéreas internacionais que o Ben Gurion “não é mais seguro para viagens”. A ousadia da declaração reflete a crescente confiança dos Houthis, que, respaldados pelo Irã, intensificaram ataques contra Israel em solidariedade aos palestinos em Gaza.

O IDF confirmou que tentou, sem sucesso, interceptar o míssil com seus sistemas de defesa aérea, incluindo o Arrow e o THAAD, de fabricação americana. Uma investigação inicial apontou uma “falha técnica” no interceptador, expondo vulnerabilidades raras no sistema de defesa de Israel, conhecido por sua robustez.

Impacto Imediato: Caos e Resposta Rápida

O ataque causou transtornos imediatos no Aeroporto Ben Gurion, o principal portal internacional de Israel. Voos foram suspensos por cerca de uma hora, e vias de acesso foram bloqueadas por detritos, gerando pânico entre passageiros e funcionários. O serviço de emergências Magen David Adom relatou oito feridos, incluindo um homem com lesões leves a moderadas nos membros e duas mulheres com ferimentos na cabeça. Outros cinco foram tratados por traumas sofridos ao correr para abrigos.

Companhias aéreas como Air India, TUS Airways e Lufthansa cancelaram voos, enquanto outros, como os destinados a Newark e JFK, sofreram atrasos de até 90 minutos. Apesar do caos inicial, a Autoridade Aeroportuária de Israel anunciou a retomada das operações ainda na manhã de domingo, com o tráfego aéreo voltando ao normal, exceto por alguns cancelamentos de cias internacionais. Um voo para Dubai, por exemplo, decolou no horário, segundo um repórter da Reuters presente no local.

A Resposta de Israel: Retaliação no Horizonte

A reação de Israel foi imediata e contundente, pelo menos no discurso. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocou uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança, prometendo uma resposta aos Houthis e, potencialmente, a seus “patrocinadores iranianos”. Em uma declaração enigmática, ele afirmou: “Não será apenas um ataque, haverá consequências.”

O ministro da Defesa, Israel Katz, foi ainda mais incisivo, declarando que “quem nos prejudicar será prejudicado sete vezes mais”. A retórica sugere que Israel pode estar planejando ataques diretos contra alvos Houthi no Iêmen, embora fontes indiquem que o país hesita em agir unilateralmente, preferindo coordenar com os Estados Unidos, que já conduzem uma campanha contra os Houthis desde março de 2025.

Há também especulações de que Israel poderia mirar o Irã, principal financiador e fornecedor de armas dos Houthis. Essa possibilidade ganhou força após o presidente americano Donald Trump alertar que o Irã “pagará diretamente” por ações dos Houthis. Qualquer movimento contra Teerã, porém, arriscaria uma escalada ainda mais perigosa na região.

Contexto: Por que os Houthis Atacam?

Os Houthis, que controlam grandes partes do Iêmen, intensificaram seus ataques contra Israel desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023. Eles justificam suas ações como uma demonstração de solidariedade aos palestinos em Gaza, onde Israel planeja expandir operações militares, segundo relatos. O ataque ao Ben Gurion ocorreu horas antes de uma votação crucial no gabinete israelense sobre a intensificação do conflito em Gaza, sugerindo uma tentativa dos Houthis de influenciar o cenário político.

O grupo tem mostrado capacidade crescente, com mísseis e drones de longo alcance que desafiam as defesas de Israel. Desde novembro de 2023, quando sequestraram o navio Galaxy Leader no Mar Vermelho, os Houthis vêm atraindo atenção global por sua audácia. Seus mísseis, como o suposto “Palestine 2” hipersônico, teriam tecnologia stealth e alcance de até 2.150 km, segundo suas alegações.

O Que Vem a Seguir?

O ataque ao Ben Gurion marca um ponto de inflexão. Pela primeira vez, um míssil Houthi atingiu o solo do aeroporto, desafiando a narrativa de invulnerabilidade de Israel. A falha na interceptação levanta questões sobre a eficácia dos sistemas de defesa, enquanto o impacto econômico — com cancelamentos de voos e aumento de tarifas pelas cias locais — já é sentido.

Os Houthis, por sua vez, prometem continuar os ataques, com Saree anunciando uma campanha para “bloquear” os aeroportos israelenses. A comunidade internacional, incluindo companhias aéreas, agora enfrenta um dilema: ignorar o aviso dos Houthis ou ajustar operações em um dos aeroportos mais movimentados do Oriente Médio.

Enquanto Israel pesa suas opções, o mundo observa. Uma retaliação direta contra o Iêmen ou o Irã poderia inflamar ainda mais a região, já marcada por conflitos em Gaza e no Mar Vermelho. Por outro lado, a inação pode encorajar os Houthis a intensificar suas provocações. Uma coisa é certa: o ataque ao Ben Gurion não será esquecido tão cedo.

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Sobre o autor: Suleimane Wague
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