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Em um movimento estratégico, Donald Trump confirma o envio de sistemas de defesa antiaérea Patriot à Ucrânia, mas destaca que a conta será paga pelos aliados europeus, reforçando a pressão por maior responsabilidade financeira da UE na guerra contra a Rússia.
Washington, 14 de julho de 2025 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira que os EUA fornecerão sistemas de defesa antiaérea Patriot à Ucrânia, em um esforço para fortalecer as defesas do país contra os intensos ataques aéreos russos. No entanto, em uma reviravolta característica, Trump enfatizou que os custos desses armamentos serão integralmente cobertos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e, mais especificamente, por nações da União Europeia (UE). “Vamos enviar os Patriots, que eles precisam desesperadamente, mas a OTAN vai pagar 100% da conta”, declarou Trump em entrevista à imprensa, reforçando sua postura de que os aliados europeus devem assumir maior responsabilidade financeira no conflito.
O anúncio ocorre em meio a uma escalada de tensões no leste europeu, com a Rússia intensificando ataques aéreos contra cidades ucranianas, como Kharkiv e Kiev. Na sexta-feira, um ataque russo com drones atingiu o centro de Kharkiv, danificando uma maternidade e ferindo nove pessoas, segundo autoridades locais. A Ucrânia, que enfrenta dificuldades para manter suas defesas aéreas diante de bombardeios russos com drones e mísseis, depende fortemente de sistemas como o Patriot, capaz de interceptar mísseis balísticos, de cruzeiro e drones a até 160 quilômetros de distância.
Trump, que inicialmente demonstrou hesitação em fornecer mais ajuda militar à Ucrânia, mudou de tom após conversas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus, como o chanceler alemão Friedrich Merz. Segundo fontes, a Alemanha se comprometeu a financiar a compra de dois sistemas Patriot, enquanto a Noruega contribuirá com um, aliviando a pressão sobre os estoques americanos. Essa decisão reflete uma estratégia de Trump de transferir parte do ônus financeiro para os aliados europeus, enquanto mantém o apoio militar à Ucrânia.
A decisão de Trump marca uma reviravolta em relação à sua postura inicial, quando, no início de julho, os EUA suspenderam temporariamente o envio de armas à Ucrânia, citando preocupações com os baixos estoques de mísseis Patriot e outras munições no arsenal americano. A suspensão gerou críticas em Kiev, onde autoridades alertaram que a falta de sistemas de defesa aérea poderia agravar as perdas civis e militares. No entanto, após negociações com a OTAN e pressões de aliados europeus, Trump parece ter encontrado uma solução que equilibra o apoio à Ucrânia com a preservação dos interesses americanos.
“Estamos enviando equipamentos militares sofisticados, e eles vão nos pagar 100%. Não é caridade, é um negócio”, disse Trump, reforçando sua visão de que os EUA não devem arcar sozinhos com os custos do conflito. O presidente também expressou frustração com o líder russo, Vladimir Putin, afirmando que ele “fala bem, mas bombardeia à tarde”, em referência à relutância de Putin em aceitar uma trégua.
O anúncio foi recebido com alívio em Kiev, onde Zelensky destacou a importância dos sistemas Patriot para proteger cidades e infraestruturas críticas. “Esses sistemas podem salvar vidas agora”, afirmou o presidente ucraniano durante a Conferência de Recuperação da Ucrânia, em Roma. No entanto, analistas alertam que o envio de Patriots pode esgotar ainda mais os estoques americanos, potencialmente enfraquecendo a posição militar dos EUA em outros cenários globais. O analista geopolítico britânico Alexander Mercouris apontou que “os EUA não podem fabricar mísseis Patriot do nada”, destacando os desafios logísticos do reabastecimento.
Na Europa, a decisão de Trump de transferir os custos para a OTAN e a UE gerou reações mistas. Enquanto países como Alemanha e Noruega se mostraram dispostos a contribuir, outros membros da UE expressaram preocupações com o impacto financeiro em seus orçamentos de defesa. A proposta de Trump também reacende o debate sobre a dependência europeia dos EUA em questões de segurança, com alguns líderes defendendo maior autonomia militar para a UE.
Além do envio dos Patriots, Trump prometeu um “anúncio de grande magnitude” sobre a Rússia ainda nesta segunda-feira, embora não tenha detalhado seu conteúdo. Especulações apontam para a possibilidade de novas sanções contra Moscou, com o senador republicano Lindsey Graham sugerindo um pacote bipartidário de medidas para pressionar a Rússia a negociar.
Enquanto isso, a Ucrânia continua enfrentando desafios significativos na linha de frente, com a Rússia intensificando ataques com drones e mísseis. Dados recentes indicam que Moscou lançou um número recorde de projéteis em junho, incluindo o maior ataque aéreo desde o início da guerra, com 539 drones e 11 mísseis. A chegada dos sistemas Patriot, mesmo que financiados pela Europa, pode oferecer um alívio crítico para as forças ucranianas, mas a sustentabilidade do apoio ocidental permanece incerta.
O movimento de Trump reflete um equilíbrio delicado entre apoiar a Ucrânia, manter a coesão da OTAN e proteger os interesses econômicos e militares dos EUA. Ao delegar os custos à UE, o presidente reforça sua narrativa de que os aliados devem “pagar sua parte justa”, enquanto responde às pressões de Kiev por mais assistência. No entanto, a decisão também levanta questões sobre a capacidade da Europa de sustentar o esforço de guerra sem o apoio logístico americano, especialmente em um contexto de crescentes tensões globais.
À medida que o conflito na Ucrânia entra em seu quarto ano, o envio dos sistemas Patriot representa um passo significativo, mas insuficiente para alterar o equilíbrio estratégico. Com Trump sinalizando uma abordagem mais transacional, o futuro do apoio ocidental à Ucrânia dependerá da disposição da Europa em assumir um papel mais ativo – e da capacidade de Kiev de resistir à pressão russa.