YOUR CART
- No products in the cart.
Subtotal:
0,00 MT
BEST SELLING PRODUCTS
63,56 MT – 79,76 MTPrice range: 63,56 MT through 79,76 MT
99,00 MT
São Paulo, 18 de julho de 2025 — A Polícia Civil de São Paulo intensificou as investigações sobre a morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 35 anos, encontrado sem vida em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital, no dia 3 de junho. Na manhã desta sexta-feira (18), uma operação foi deflagrada para cumprir cinco mandados de busca e apreensão, mirando quatro suspeitos, todos seguranças que atuavam no evento de motocicletas frequentado por Adalberto no dia de seu desaparecimento, 30 de maio. Entre os alvos, está um lutador de jiu-jítsu, e a empresa responsável pela segurança do evento também é investigada. A operação marca um avanço significativo em um caso que intriga as autoridades e a sociedade há mais de um mês.
Adalberto, um optometrista e empresário do ramo de óticas, desapareceu após participar do Festival Interlagos 2025: Edição Moto, um evento voltado para entusiastas de motocicletas. Segundo depoimentos, ele passou o dia com um amigo, Rafael Aliste, participando de test-drives, consumindo cerveja e, conforme relato, maconha adquirida de desconhecidos. Por volta das 19h48, Adalberto enviou uma última mensagem à esposa, Fernanda Dândalo, informando que iria ao estacionamento buscar seu carro. A resposta dela, às 21h12, não foi entregue, indicando que o celular já estava desligado. O empresário não voltou para casa, e seu corpo foi encontrado quatro dias depois, em um buraco de aproximadamente três metros de profundidade e 40 a 70 centímetros de diâmetro, em uma área de obras isolada por tapumes.
A descoberta do corpo, sem calça, tênis ou meias, mas com capacete, celular e carteira intactos, levantou suspeitas imediatas de homicídio. Laudos periciais apontaram que a causa da morte foi asfixia, possivelmente por esganadura ou compressão torácica, com escoriações no pescoço sugerindo um golpe como o “mata-leão”. A presença de terra nas vias aéreas indica que Adalberto pode ter sido colocado no buraco ainda vivo, o que reforça a tese de um crime brutal.
A operação realizada hoje pela Polícia Civil, sob comando do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), resultou na condução de cinco pessoas à delegacia, incluindo o principal suspeito, um segurança com antecedentes por furto e ameaça. Durante as buscas, foram apreendidos cinco notebooks, sete celulares e 21 munições calibre .38. A empresa de segurança contratada para o evento também está sob escrutínio, com indícios de que os suspeitos tinham conhecimento detalhado do local, já que o buraco onde o corpo foi encontrado fica em uma área de acesso restrito.
Um dos alvos da operação é um lutador de jiu-jítsu, cuja identidade não foi revelada, mas que trabalhava como segurança no evento. A polícia acredita que a familiaridade dos suspeitos com o autódromo pode ter facilitado o crime. Uma testemunha-chave, que inicialmente se manteve em silêncio por medo de represálias, apontou três seguranças como possíveis autores do homicídio, um depoimento que reduziu a lista inicial de 200 seguranças investigados para apenas 15, e agora para quatro principais suspeitos.
A investigação, conduzida com rigor pelo DHPP, revelou detalhes intrigantes, mas também contradições. Vestígios de sangue encontrados no carro de Adalberto pertencem a ele e a uma mulher ainda não identificada, descartando a esposa, Fernanda, como origem do material genético. Apesar do relato do amigo Rafael sobre o consumo de cerveja e maconha, o laudo toxicológico não detectou álcool ou drogas no corpo, possivelmente devido ao intervalo de quatro dias entre o desaparecimento e a descoberta do corpo, que pode ter permitido a metabolização das substâncias.
A polícia mapeou o trajeto de Adalberto no autódromo, utilizando depoimentos e imagens de câmeras de segurança. O empresário estacionou seu carro no kartódromo, uma área fechada ao público, possivelmente para evitar o pagamento do estacionamento oficial. A principal hipótese é que ele tenha se envolvido em uma discussão com seguranças ao tentar acessar o veículo, que ficou bloqueado por tapumes instalados durante o evento. Essa briga pode ter culminado em uma abordagem violenta, resultando na compressão torácica que causou sua morte.
Adalberto era descrito por familiares e amigos como uma pessoa reservada, sem inimizades conhecidas ou envolvimento em atividades de risco. Casado há oito anos com Fernanda Dândalo, ele possuía um patrimônio considerável, incluindo uma casa avaliada em R$ 2,5 milhões e uma rede de óticas em Osasco e Barueri. Apaixonado por esportes de velocidade, ele participava de corridas de kart e eventos beneficentes, o que torna sua morte ainda mais enigmática.
A esposa, Fernanda, expressou publicamente sua dor e indignação, chamando o caso de “um pesadelo sem respostas”. A família também enfrentou tentativas de golpes, com pessoas pedindo dinheiro em troca de supostas informações sobre o crime. A sociedade acompanha o caso com atenção, cobrando justiça e respostas para um crime que chocou pela brutalidade e pelo cenário inusitado.
A operação desta sexta-feira é um marco na investigação, mas muitas perguntas permanecem. Quem é a mulher cujo sangue foi encontrado no carro? Qual foi a motivação do crime? Adalberto foi vítima de uma abordagem desproporcional ou de algo mais premeditado? A Polícia Civil segue analisando imagens de câmeras, laudos periciais e depoimentos para montar o quebra-cabeça desse caso complexo.
Enquanto as autoridades avançam, o caso de Adalberto Amarilio dos Santos Júnior permanece como um lembrete da fragilidade da segurança em grandes eventos e da necessidade de respostas rápidas e precisas para trazer alívio a uma família em luto e à sociedade que busca justiça.