Venâncio Mondlane Convoca Marcha Nacional Após Assassinato de Advogado e Mandatário

Venâncio Mondlane, candidato presidencial em Moçambique, expressou publicamente seu repúdio ao brutal assassinato de seu advogado Elvino Dias e do mandatário do partido Podemos, Paulo Guambe. O crime, ocorrido na Avenida Joaquim Chissano, no centro de Maputo, chocou o país e colocou ainda mais tensão no ambiente político moçambicano.

Em declarações à imprensa, Mondlane revelou que apenas começou a processar o trágico acontecimento na madrugada, enquanto realizava orações. Profundamente abalado, o político descreveu o atentado como uma tentativa de silenciar a luta pelos valores fundamentais da sociedade moçambicana. “Isto é mais do que uma perda pessoal, é uma tentativa de destruir aquilo que todos defendemos”, disse Mondlane, visivelmente emocionado.

No entanto, o líder foi enfático ao afirmar que o ocorrido marca o início de uma “revolução”. Para ele, este episódio trágico simboliza um ponto de virada na resistência popular. Como resposta, Mondlane anunciou a realização de uma marcha nacional na próxima segunda-feira, com concentração marcada para a Avenida Joaquim Chissano, local do crime. Segundo ele, a marcha tem um objetivo claro: homenagear as vítimas e enviar uma mensagem de que o povo moçambicano não será intimidado.

A convocação, no entanto, não foi autorizada pelas autoridades, o que levanta preocupações sobre o desenrolar da manifestação. Mondlane, no entanto, mostrou-se inabalável e garantiu que a marcha acontecerá pacificamente, sem atos de vandalismo contra bens públicos ou privados. “Não importa quem tente nos parar, esta marcha vai acontecer”, declarou ele, pedindo a todos os moçambicanos que se juntem à causa de forma ordeira e sem violência.

O Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) também se pronunciou sobre o caso, afirmando em conferência de imprensa que as atividades laborais no país seguirão normalmente na segunda-feira, o que indica que as autoridades podem estar preparando-se para controlar a situação.

Enquanto isso, a nação aguarda respostas sobre o duplo homicídio, que lançou uma sombra sobre o período eleitoral. Venâncio Mondlane, que há dias já denunciava fraudes nas eleições gerais de outubro, agora enfrenta o desafio de lidar com o assassinato de duas figuras-chave em sua campanha. Ele, no entanto, continua determinado a seguir com sua contestação ao resultado das eleições, comprometido em levar o caso ao Conselho Constitucional, baseado nas atas e editais que recolheu de todo o país.

Este incidente somou mais um capítulo à já conturbada história política recente de Moçambique, deixando claro que o caminho para a estabilidade e justiça ainda é longo. A marcha, convocada por Mondlane, promete ser um divisor de águas na luta pelos direitos democráticos do país, mas também traz consigo o potencial de novos confrontos, caso não haja um entendimento entre os organizadores e as autoridades.

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