Na última quinta-feira, 10 de julho de 2025, o Presidente da Frelimo e Chefe de Estado de Moçambique, Daniel Chapo, lançou um desafio vibrante aos jovens da Organização da Juventude Moçambicana (OJM): tornarem-se uma força mais robusta, inclusiva e preparada para os desafios do presente e do futuro. Durante a abertura da VII Conferência Nacional da OJM, realizada na Escola Central da Frelimo, na Matola, província de Maputo, Chapo destacou o papel crucial da juventude na construção de um Moçambique próspero, pacífico e sustentável. Suas palavras, carregadas de entusiasmo e visão, ecoaram como um convite à ação para uma nova geração de líderes.

Uma OJM para Todos: Inclusão como Bandeira

Chapo foi enfático ao afirmar que a OJM, principal braço juvenil da Frelimo, deve ser uma organização que acolha jovens de todos os extratos sociais, independentemente de sua condição econômica, social ou nível de instrução. “A OJM não deve ser uma organização elitista. Deve ser de camponeses, pescadores, funcionários públicos, trabalhadores, empresários, estudantes, académicos, artistas, desportistas, entre outros”, declarou o Presidente. Ele defendeu que a organização precisa ser “atractiva” e dinâmica, capaz de interagir de forma construtiva com a sociedade civil para absorver experiências e conselhos que fortaleçam o desenvolvimento das comunidades.

Essa visão inclusiva não é apenas retórica. Chapo destacou a importância de a OJM se adaptar às dinâmicas modernas, marcadas por intensa competição política, avanços tecnológicos, redes sociais e inteligência artificial. Ele enfatizou a necessidade de capacitação contínua para que os jovens estejam aptos a enfrentar esses desafios com visão e competência. “Queremos líderes juvenis com visão, aptos a enfrentar, sem hesitação, a intensa competição multipartidária”, afirmou, reforçando que a juventude deve ser protagonista na construção de uma sociedade harmoniosa e próspera.

Revisão Estatutária e Eleição Consciente

Durante seu discurso, Chapo abordou a necessidade de revisar os estatutos da OJM para evitar fragilidades que prejudiquem a organização. Ele fez referência ao II Congresso da OJM, em abril de 2022, quando lacunas nos estatutos levaram a problemas como a falta de quórum devido ao limite de idade de 35 anos para membros. “Queremos um Estatuto que assegure a estabilidade dos órgãos durante todo o mandato, e não um Estatuto para caçar pessoas”, destacou. Essa revisão, segundo ele, é essencial para garantir que a OJM permaneça forte e funcional.

Além disso, o Presidente apelou por uma votação consciente na eleição do novo secretariado e do secretário-geral da OJM, que ocorrerá durante a conferência, que se estende até sábado. “Devemos eleger camaradas de comprovado mérito, dedicados à causa da OJM, com sentido de disciplina e missão”, recomendou, incentivando a escolha de líderes comprometidos com os valores da organização e do país.

Juventude como Pilar do Desenvolvimento e da Paz

Chapo reforçou que a juventude moçambicana tem um papel histórico na consolidação do Estado e na busca pela independência econômica. “As gerações passadas libertaram o território e edificaram um Estado soberano. Hoje, a nossa geração tem a missão de consolidar o Estado e edificar as bases para a independência econômica”, afirmou. Ele destacou que essa missão exige uma juventude organizada, informada e engajada, capaz de responder aos desafios de um mundo em rápida transformação.

O Presidente também enalteceu o papel da OJM durante as manifestações pós-eleitorais de 2024, elogiando a juventude por sua postura de vanguarda na defesa dos interesses nacionais. Ele condenou atos de violência que resultaram na destruição de infraestruturas públicas e apelou pela convivência pacífica, independentemente das aspirações políticas. “Na política, não há inimigos, só adversários. A violência gera violência, o ódio gera ódio. Se queremos colher amor, temos que plantar amor”, declarou, em um tom que misturou firmeza e inspiração.

Um Chamado à Ação para o Futuro

A VII Conferência Nacional da OJM, que termina no sábado, não é apenas um momento de eleição de novos líderes, mas também uma oportunidade para redefinir o papel da juventude moçambicana no cenário nacional. Chapo deixou claro que a OJM deve ser uma organização “forte, inclusiva, sustentável e visionária”, capaz de liderar mudanças e enfrentar os desafios do presente com criatividade e determinação.

O discurso de Chapo ressoa como um chamado à ação para que os jovens assumam a responsabilidade de moldar o futuro de Moçambique. Com um enfoque em inclusão, capacitação e paz, ele reforçou que a juventude é a força motriz para o desenvolvimento sustentável e a consolidação de uma nação unida. À medida que a OJM se prepara para eleger seu novo secretariado, os olhos estão voltados para como esses jovens líderes responderão ao desafio de transformar palavras em ações concretas.