YOUR CART
- No products in the cart.
Subtotal:
0,00 MT
BEST SELLING PRODUCTS
Moçambique avança com projeto hidroelétrico estratégico que promete revolucionar o setor energético e impulsionar a economia nacional.
Em uma decisão histórica, o governo moçambicano autorizou, no dia 8 de julho de 2025, as estatais Electricidade de Moçambique (EDM) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) a adquirirem até 15% cada do capital social da futura Central Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa, localizada no rio Zambeze, na província de Tete. Essa aquisição pode assegurar até 1,5 mil milhões de dólares em investimentos para o projeto, considerado um pilar da estratégia de transição energética de Moçambique. Com um custo estimado entre 4,5 e 5,5 mil milhões de dólares, Mphanda Nkuwa promete posicionar o país como um centro regional de energia limpa, ao mesmo tempo que gera empregos e receitas significativas.
A Central Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa é um dos empreendimentos mais ambiciosos de Moçambique na era pós-independência. Localizada a 61 quilômetros a jusante da barragem de Cahora Bassa e 70 quilômetros a montante da cidade de Tete, a barragem terá uma capacidade instalada de 1.500 megawatts (MW), tornando-se a segunda maior central hidroelétrica do país, atrás apenas de Cahora Bassa, que gera 2.070 MW. Além disso, o projeto inclui uma linha de transmissão de alta tensão de 1.300 a 1.400 quilômetros, conectando Tete a Maputo, o que permitirá o fornecimento de energia para o mercado interno e regional.
O projeto é visto como uma peça-chave na estratégia de Moçambique para atender à crescente demanda por energia limpa, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas. Segundo o Presidente da República, Filipe Nyusi, Mphanda Nkuwa “não é apenas um empreendimento de produção de energia elétrica, mas também uma oportunidade de criação de empregos para jovens e promoção de conteúdo local”. Durante a fase de construção, estima-se que serão gerados cerca de 7.000 empregos diretos e indiretos, com 3.000 empregos permanentes após a conclusão, dos quais 95% serão ocupados por cidadãos moçambicanos.
A autorização para que EDM e HCB adquiram até 15% cada do capital social de Mphanda Nkuwa representa um passo crucial para a participação do setor público no projeto. Juntas, as duas empresas podem garantir até 1,5 mil milhões de dólares em investimentos, considerando o custo total do projeto. A EDM, empresa pública, já havia sido autorizada, em setembro de 2024, a adquirir 70% das participações sociais do atual concessionário, consolidando sua posição como acionista majoritária. A HCB, uma sociedade anônima com 85% de participação da estatal Companhia Elétrica do Zambeze, 7,5% da portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) e 4% de cidadãos e instituições moçambicanas, também desempenha um papel estratégico.
Essa estrutura acionária, com participação combinada do Estado entre 30% e 35%, garante que Moçambique mantenha influência significativa no projeto, enquanto investidores privados, liderados por um consórcio internacional formado pela Électricité de France (EDF), TotalEnergies e Sumitomo Corporation, assumem a maior parte do investimento. A escolha desse consórcio, anunciada em 2023, baseou-se em sua robustez financeira, experiência em projetos hidroelétricos e compromisso com medidas de mitigação de impactos climáticos.
O projeto Mphanda Nkuwa é mais do que uma infraestrutura energética; é um motor de desenvolvimento econômico. Durante sua fase operacional, espera-se que gere receitas fiscais superiores a 6,2 milhões de dólares, além de taxas de concessão e novos negócios impulsionados pelo fornecimento de energia para pequenas e médias empresas. A linha de transmissão Tete-Maputo também fortalecerá a infraestrutura energética nacional, conectando regiões remotas ao mercado consumidor da capital.
Além disso, o projeto está alinhado com os compromissos de Moçambique na redução do aquecimento global, promovendo energia limpa e sustentável. A União Europeia, o Banco Europeu de Investimento e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) já anunciaram aportes de mais de 500 milhões de dólares para sua concretização, reforçando a confiança internacional no empreendimento.
Apesar do entusiasmo, a construção da barragem levanta preocupações entre ambientalistas e acadêmicos, que alertam para possíveis impactos negativos no ecossistema do rio Zambeze e seu delta. Estima-se que mais de 200.000 moçambicanos possam ser afetados, especialmente em comunidades locais dependentes do rio. Para mitigar esses impactos, o governo e os parceiros estratégicos estão atualizando estudos técnicos e ambientais, garantindo conformidade com a legislação moçambicana e padrões internacionais.
Outro desafio é o financiamento. Embora a EDM e a HCB estejam contribuindo significativamente, o projeto depende de parcerias público-privadas e financiamentos internacionais. Negociações com instituições como o Banco Exim da China e o Banco Mundial têm sido mencionadas, mas a obtenção de um comprador definitivo para a energia produzida ainda é uma questão pendente.
Com o início das obras previsto para 2024 e a operação programada para 2030 ou 2031, Mphanda Nkuwa está saindo do papel após décadas de planejamento. A decisão de priorizar este projeto em detrimento da Central Norte de Cahora Bassa, mais barata mas menos estratégica, reflete a ambição de Moçambique em se posicionar como um hub energético na África Austral.
O envolvimento de parceiros como a EDF, TotalEnergies e Sumitomo, aliado à participação robusta de EDM e HCB, sinaliza um compromisso com a excelência técnica e financeira. Se bem-sucedido, Mphanda Nkuwa não apenas atenderá à demanda energética doméstica, mas também fortalecerá a exportação de energia, consolidando Moçambique como líder regional no setor.
Meta descrição: O governo moçambicano autorizou EDM e HCB a adquirirem até 15% cada da Central Hidroelétrica de Mphanda Nkuwa, garantindo até 1,5 mil milhões de dólares para o megaprojeto. Saiba como essa iniciativa pode transformar a economia e o setor energético do país.
.