Fábrica Clandestina de Alumínio em Gaza: INAE Desmonta Operação de Capitais Chineses

Uma fábrica de alumínio, operada por empresários chineses, foi desmantelada esta semana em Chicumbane, no distrito de Limpopo, província de Gaza, por agentes da Inspeção Nacional de Atividades Econômicas (INAE). A operação, que há dois anos funcionava sem qualquer documentação, foi interrompida pela INAE, levantando questões sobre a responsabilidade e as permissões de funcionamento.

A fábrica clandestina estava estrategicamente localizada próximo à Estrada Nacional Número 1, um ponto que deveria ser visível, mas que passou despercebido pelo radar das autoridades por quase dois anos. Entre as irregularidades registradas, a fábrica não possuía documentação legal para operar, não tinha medidas de segurança e não seguia padrões ambientais, expondo trabalhadores e moradores da área a riscos sérios de contaminação.

Equipamentos de ponta para o processamento de alumínio foram encontrados nas instalações, sugerindo que a operação era bem estruturada e capitalizada. No entanto, sem regulamentação ou monitoramento das autoridades, a fábrica se tornou um ponto cego, pondo em risco a saúde e segurança pública.

O encerramento não ocorreu sem resistência. Segundo relatos, houve tentativas de impedir a interdição da fábrica por parte dos responsáveis, o que gerou um clima de tensão entre os agentes da INAE e os proprietários. Essa postura levantou ainda mais suspeitas sobre as atividades conduzidas e questionou a ética e o compromisso dos gestores em atuar de acordo com a legislação moçambicana.

Os proprietários, no entanto, não aceitam as acusações e anunciaram que irão recorrer às instâncias superiores, alegando que as irregularidades apontadas pela INAE não têm fundamento.

O caso deixa uma questão no ar: como uma fábrica com capital estrangeiro conseguiu operar sem qualquer tipo de fiscalização durante tanto tempo? As autoridades locais e regionais não se pronunciaram, mas a situação revela uma possível falha no monitoramento das atividades econômicas na região, abrindo margem para especulações sobre a existência de cúmplices ou falhas burocráticas graves.

A INAE declarou que irá intensificar a fiscalização em todo o país para prevenir o funcionamento de estabelecimentos clandestinos e combater atividades ilegais que ameacem a saúde pública e a segurança dos trabalhadores.

O desmantelamento dessa fábrica é um passo importante na luta contra operações clandestinas em Moçambique, especialmente aquelas que envolvem grandes capitais e equipamentos sofisticados. Este caso também serve de alerta para as autoridades reforçarem a fiscalização e garantir que empresas, principalmente as de capitais estrangeiros, cumpram com as leis do país. A INAE se compromete a intensificar as ações de inspeção em locais suspeitos para evitar que novos casos semelhantes surjam, protegendo a saúde pública e o meio ambiente.

A continuidade desse caso, incluindo o recurso dos proprietários às instâncias superiores, será acompanhada de perto pelo público e pela mídia. Enquanto isso, moradores de Chicumbane esperam que as autoridades mantenham o rigor na fiscalização e na regulamentação das atividades econômicas da região.

Palavras-Chave: fábrica clandestina, INAE, alumínio, Chicumbane, operação chinesa, irregularidades, segurança pública.