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Maputo, 05 de Julho de 2025 – Em um discurso marcante durante sua visita de trabalho à província de Tete, a presidente da Assembleia da República de Moçambique, Margarida Talapa, expressou profunda preocupação com a onda de homicídios que assola a cidade da Matola, na província de Maputo. Para Talapa, esses atos de violência extrema revelam uma preocupante “falta de amor ao próximo” e comprometem o desenvolvimento humano do país. Suas palavras, carregadas de emoção e apelo por mudanças, ecoam como um convite à reflexão sobre os valores que sustentam a sociedade moçambicana.
Nos últimos meses, a cidade da Matola tem sido palco de uma série de assassinatos que chocaram a população. O caso mais recente, ocorrido na manhã de sexta-feira, 04 de julho de 2025, intensificou o debate sobre a segurança pública e as raízes da violência. Durante sua visita a Tete, onde esteve em contato com comunidades locais e instituições como o hospital provincial, mercados municipais e o estabelecimento penitenciário feminino no bairro Chingodzi, Talapa foi questionada sobre o tema e não hesitou em compartilhar sua visão.
“Na minha linha de pensamento, esses atos violentos revelam a ausência de amor ao próximo”, afirmou a presidente da Assembleia, destacando que a violência não é apenas um problema de segurança, mas um reflexo de falhas mais profundas na convivência social. Para ela, a resolução de conflitos pela força é um caminho que compromete o progresso humano e social de Moçambique, um país que luta para consolidar a paz e o desenvolvimento após décadas de desafios.
Margarida Talapa, que assumiu a presidência da Assembleia da República em janeiro de 2025, reforçou seu apelo pela busca de soluções pacíficas para os conflitos. “Devemos resolver nossas diferenças sem o uso da força”, declarou, enfatizando a importância de cultivar valores como a solidariedade, o diálogo e o respeito mútuo. Sua mensagem ressoa com outras intervenções recentes, como durante a celebração do Eid-al-Adha em Nampula, onde pediu aos muçulmanos que contribuíssem para a moralização da sociedade, especialmente entre os jovens, promovendo a coesão e a reconciliação.
A presidente também destacou que a violência não apenas causa sofrimento imediato, mas também prejudica o desenvolvimento humano de Moçambique. “Esses atos comprometem o nosso progresso como nação”, alertou, apontando para a necessidade de uma abordagem coletiva para enfrentar o problema. Talapa acredita que a promoção de uma cultura de paz é essencial para construir uma sociedade mais justa e próspera, um compromisso que ela reafirmou ao encerrar a I Sessão Ordinária da X Legislatura, em maio de 2025.
A onda de homicídios na Matola ocorre em um momento de múltiplos desafios para o país. Além da violência urbana, Moçambique enfrenta questões como o terrorismo em Cabo Delgado, desastres naturais e tensões sociais relacionadas ao custo de vida, como observado em greves anteriores. Em 2022, enquanto Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Talapa já havia apelado por calma em meio a protestos contra o aumento do custo de vida, defendendo que o diálogo, e não a violência, é o caminho para resolver crises.
A violência em Matola também levanta questões sobre a eficácia das instituições de justiça e segurança. Talapa já havia expressado, em 2016, enquanto chefe da bancada parlamentar da FRELIMO, a necessidade de investigações rigorosas para esclarecer crimes como homicídios e raptos, cobrando maior ação das autoridades competentes.
O discurso de Margarida Talapa não é apenas uma crítica à violência, mas um convite para que os moçambicanos reflitam sobre os valores que desejam cultivar. A “falta de amor” apontada por ela vai além de uma metáfora: é um chamado para reacender a empatia, a solidariedade e o senso de comunidade em um país que, apesar de suas conquistas, ainda enfrenta profundas desigualdades e tensões sociais.
“Caros moçambicanos, independentemente de nossas diferenças, devemos olhar para o povo”, afirmou Talapa em seu discurso de posse como presidente da Assembleia, em janeiro de 2025. Essa visão de unidade e harmonia continua a guiar suas intervenções, como ficou evidente em sua mensagem em Tete.
Para combater a violência, Talapa defende a promoção de uma cultura de diálogo e a moralização da sociedade. Em Nampula, durante o Eid-al-Adha, ela destacou a importância de envolver todos os setores da sociedade – incluindo líderes religiosos, jovens e famílias – na construção de uma nação mais coesa. A aprovação da lei do Compromisso Político de Diálogo Nacional Inclusivo, em maio de 2025, é um exemplo do esforço do parlamento para criar plataformas que permitam a participação de diferentes vozes na busca por soluções coletivas.
A presidente também enfatizou a necessidade de proteger os jovens, que muitas vezes são vítimas ou agentes da violência. Em sua visão, a educação e a promoção de valores éticos são fundamentais para prevenir comportamentos destrutivos, como o consumo de drogas ou a adesão a práticas violentas.
As palavras de Margarida Talapa ressoam como um alerta e, ao mesmo tempo, uma mensagem de esperança. Ao associar os homicídios na Matola à “falta de amor”, ela convida os moçambicanos a refletirem sobre a importância de construir uma sociedade baseada na empatia e no respeito mútuo. Em um país com um histórico de luta pela paz, sua mensagem reforça que o caminho para o progresso passa por valores humanos fundamentais.
Enquanto Moçambique enfrenta esses desafios, a liderança de Talapa na Assembleia da República promete continuar promovendo debates que busquem consensos e soluções para os problemas mais urgentes do país. Como ela mesma afirmou, “a convivência na diferença é não só possível, como necessária e desejável”.