Por volta das 17h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para atender a uma ocorrência de “queda em poço de elevador”. Ao chegar ao local, a equipe encontrou a vítima, que estava presa nas ferragens do elevador. Infelizmente, o óbito foi constatado no local por um médico da Unidade de Suporte Avançado (USA), conforme informado pelo Corpo de Bombeiros em postagem no X. A idosa, cuja identidade não foi divulgada, tinha 85 anos e era residente da casa de repouso.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado no 69º Distrito Policial, no bairro Teotônio Vilela, como homicídio culposo — quando não há intenção de matar, mas a morte ocorre por negligência ou imprudência. Exames periciais foram solicitados ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML) para determinar a causa exata da morte e esclarecer as circunstâncias do incidente.
O advogado da clínica apresentou à polícia a documentação de funcionamento do estabelecimento e os comprovantes de manutenção do elevador. Esses documentos estão sob análise para verificar se o equipamento estava em conformidade com as normas de segurança e se as inspeções obrigatórias foram realizadas adequadamente. Até o momento, a casa de repouso não se pronunciou publicamente sobre o caso, e tentativas de contato por parte da imprensa não obtiveram resposta. O estabelecimento continua em operação.
Casos como esse reacendem o debate sobre a segurança em casas de repouso e a proteção de idosos, uma população vulnerável que depende de cuidados especializados. Em 2024, um incidente semelhante em Santos (SP) resultou na morte de uma idosa de 83 anos que caiu no fosso de um elevador após um erro da cuidadora. Na ocasião, a casa de repouso alegou que o elevador estava em perfeito estado, mas o caso foi registrado como morte suspeita e lesão corporal. Esses episódios levantam questões sobre a fiscalização de equipamentos e o treinamento de funcionários em instituições de longa permanência para idosos.
A manutenção de elevadores é regulamentada por normas técnicas, como a NBR 16042 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que exige inspeções periódicas e reparos por empresas especializadas. Além disso, a Lei Municipal 10.518/1988, em São Paulo, determina que os elevadores devem passar por vistorias regulares e obter o Relatório de Inspeção Anual (RIA). A análise dos documentos apresentados pela casa de repouso será crucial para determinar se essas exigências foram cumpridas.
A investigação está em curso, e os laudos do IC e do IML serão fundamentais para esclarecer se a morte da idosa foi resultado de uma falha mecânica, erro humano ou outro fator. O registro como homicídio culposo sugere que as autoridades estão considerando a possibilidade de negligência, mas nenhuma conclusão foi divulgada até o momento. A polícia também pode ouvir funcionários, outros residentes e familiares da vítima para reconstruir os eventos que levaram à tragédia.
Enquanto as respostas não chegam, a comunidade local e os familiares de idosos em casas de repouso expressam preocupação. Posts no X refletem o choque com a notícia, com muitos cobrando maior rigor na fiscalização de instituições que cuidam de pessoas idosas. “É inaceitável que uma idosa morra assim. Onde está a segurança?”, questionou um usuário.
Este trágico incidente serve como um lembrete da importância de padrões rigorosos de segurança e cuidado em casas de repouso. À medida que a população idosa cresce no Brasil — segundo o IBGE, 15,6% da população terá mais de 65 anos em 2030 —, a necessidade de ambientes seguros e bem regulamentados se torna ainda mais urgente. A sociedade espera que casos como esse sejam investigados com transparência e que medidas sejam tomadas para evitar novas tragédias.
A Origamy Inc. seguirá acompanhando o desenrolar das investigações e trará atualizações assim que novas informações forem divulgadas. Por ora, o caso deixa um alerta: cuidar de quem cuidou de nós exige responsabilidade, atenção e, acima de tudo, respeito pela vida.