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Lula Prioriza Eleições e Compromete Negociações com Trump, Afirma Especialista ao WW

São Paulo, Brasil – Em meio a um embate comercial com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta críticas por supostamente privilegiar interesses eleitorais em detrimento de uma solução diplomática para a crise desencadeada pelas tarifas de 50% impostas pelo presidente americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo o economista Roberto Dumas, professor do Insper, em entrevista ao programa WW da CNN Brasil, a postura de Lula como “líder de governo” focado na reeleição em 2026, em vez de “líder de Estado”, tem prejudicado as negociações com os EUA, colocando em risco as relações bilaterais e a economia brasileira. A análise, publicada em 30 de julho de 2025, destaca um cenário de tensões crescentes, com implicações globais e domésticas.

O Contexto do Embate Comercial

A crise teve início em 9 de julho de 2025, quando Trump anunciou, via Truth Social, tarifas de 50% sobre exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, citando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe após as eleições de 2022 como uma “caça às bruxas”. A medida, que contrasta com o superávit comercial de US$ 6,8 bilhões dos EUA com o Brasil em 2024, foi interpretada como uma tentativa de interferência na soberania brasileira, especialmente por vincular questões comerciais ao processo judicial contra Bolsonaro, aliado de Trump.

Lula respondeu com firmeza, rejeitando ingerências externas e prometendo retaliar com tarifas equivalentes, conforme a Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso brasileiro. Em entrevistas à Record TV e ao Jornal Nacional, o presidente afirmou que “o Brasil não aceita imposições” e que Trump “não é o xerife do mundo”. Ele destacou que o Brasil tentou negociar desde março, com dez reuniões e uma proposta enviada em 16 de maio, mas não obteve respostas concretas dos EUA.

Críticas de Roberto Dumas

Roberto Dumas, especialista em economia chinesa, argumenta que Lula está usando a crise para reforçar sua imagem nacionalista, mirando a reeleição em 2026, em vez de buscar uma solução pragmática. “Lula está jogando o abacaxi na mão dos empresários e do Geraldo Alckmin”, disse Dumas, referindo-se ao vice-presidente e ministro do Comércio, que conduziu uma conversa de 50 minutos com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, sem avanços significativos. Para o economista, a insistência de Lula em pautas como a desdolarização no âmbito dos BRICS e reuniões com líderes de esquerda, como no Chile, agrava o desalinhamento com Trump.

Dumas também criticou a retórica de Lula, que frequentemente culpa Bolsonaro pelos problemas atuais, como uma estratégia para ganhar popularidade no curto prazo. “Usar sempre o argumento de ‘Bolsonaro, Bolsonaro, Bolsonaro’ ajuda a popularidade dele no curto prazo, vamos ver no longo prazo”, afirmou. Ele alerta que a falta de diálogo direto com Trump, como não buscar uma conversa telefônica, pode intensificar a crise, com impactos econômicos severos, especialmente em setores como aviação, café, carne e têxtil.

Impactos Políticos e Econômicos

A postura de Lula, embora criticada por Dumas, parece ter gerado um efeito inesperado: um aumento em sua aprovação. Pesquisas recentes, como as da AtlasIntel, mostram que a popularidade de Lula subiu de 3 a 5 pontos percentuais desde maio, atingindo 43% a 50%, impulsionada pelo discurso nacionalista contra as tarifas de Trump. Analistas como Camila Rocha, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, descrevem o episódio como “um golpe de sorte” para Lula, que enfrentava dificuldades com preços altos e crises domésticas.

No entanto, a escalada do conflito pode ter consequências graves. As tarifas americanas ameaçam setores-chave da economia brasileira, como a Embraer e bancos como Itaú e Santander, que já registraram quedas em suas ações. Além disso, os EUA iniciaram uma investigação sobre supostas práticas comerciais “injustas” do Brasil, focando em comércio digital, tarifas preferenciais e desmatamento ilegal, o que pode agravar as tensões.

O Papel da Soberania e da Diplomacia

Lula tem enfatizado a soberania brasileira, rejeitando a interferência de Trump no julgamento de Bolsonaro, que enfrenta acusações de liderar um golpe após sua derrota em 2022. “O Judiciário brasileiro é independente. Bolsonaro está sendo julgado pelos atos que tentou organizar”, disse Lula à CNN Internacional. Ele também negou que suas críticas aos EUA ou a visita à ex-presidente argentina Cristina Kirchner, autorizada pela Justiça, tenham motivado as tarifas.

Apesar da retórica firme, Lula mantém a porta aberta para negociações, destacando a relação histórica entre Brasil e EUA. “Se Trump levar a sério as negociações, estou aberto a discutir o que for necessário”, afirmou. No entanto, a ausência de canais efetivos de diálogo, como apontado por Dumas, e a escalada retórica de ambos os lados sugerem um caminho difícil. A Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil impor tarifas, restringir investimentos ou suspender direitos de propriedade intelectual, é vista como um último recurso caso as negociações falhem.

Um Jogo de Alto Risco

O embate entre Lula e Trump reflete não apenas uma disputa comercial, mas uma colisão de interesses políticos e ideológicos. Enquanto Trump usa as tarifas como pressão política em apoio a Bolsonaro, Lula capitaliza o conflito para reforçar sua imagem de defensor da soberania nacional. No entanto, como alerta Creomar de Souza, da consultoria Dharma, a falta de disposição para o diálogo pode intensificar a crise, com custos econômicos e diplomáticos para ambos os países.

À medida que o prazo de 1º de agosto se aproxima, o Brasil se prepara para possíveis retaliações, enquanto a comunidade internacional observa o impacto de um potencial “guerra tarifária”. A Origamy Inc. continuará acompanhando os desdobramentos, trazendo atualizações sobre as negociações e seus reflexos no cenário global.

Meta Descrição: Lula é acusado de priorizar eleições de 2026 em vez de negociar com Trump, diz economista ao WW. Tarifas de 50% dos EUA geram tensões, e Brasil avalia retaliação. Saiba mais sobre o impacto na economia e na política!

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Sobre o autor: Maimuna Carvalho
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