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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, demonstrou otimismo ao afirmar, neste sábado (12), que acredita ser possível alcançar um acordo com os Estados Unidos antes da entrada em vigor das tarifas de 30% anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, previstas para 1º de agosto. Em um evento no estado de Sonora, Sheinbaum destacou a importância das negociações bilaterais e reafirmou a soberania mexicana como inegociável, em meio a tensões comerciais que podem impactar a economia de ambos os países. Este posicionamento reflete a busca por soluções diplomáticas para evitar um confronto econômico com o maior parceiro comercial do México.
Donald Trump anunciou, por meio de cartas publicadas em sua rede social, Truth Social, a imposição de tarifas de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia, justificando a medida como uma forma de combater o tráfico de fentanil e corrigir desequilíbrios comerciais. No caso do México, Trump criticou a incapacidade do governo em conter os cartéis de drogas, que, segundo ele, contribuem para a crise de fentanil nos EUA. A taxação, que substitui tarifas anteriores de 25% sobre produtos mexicanos fora do acordo USMCA, também visa pressionar o México a reforçar a segurança na fronteira e renegociar termos comerciais mais favoráveis aos Estados Unidos.
Sheinbaum, em resposta, revelou que autoridades mexicanas se reuniram com representantes do governo norte-americano em Washington na sexta-feira (11) para discutir alternativas. “Acreditamos, com base no que nossos colegas discutiram ontem, que chegaremos a um acordo com o governo dos EUA e, claro, em melhores condições”, declarou a presidente durante o evento em Sonora. Ela destacou que a carta de Trump expressa a intenção de evitar as tarifas por meio de negociações, o que reforça sua confiança em um desfecho positivo.
A líder mexicana enfatizou que o México manterá a calma e a dignidade em suas negociações, representando a soberania de seu povo. “Mantenha sempre a calma para enfrentar qualquer problema. Nós representamos o nosso povo, nós representamos a dignidade do povo mexicano”, afirmou Sheinbaum, sinalizando que qualquer acordo deve respeitar os interesses nacionais. O Ministério da Economia do México, por sua vez, classificou as tarifas como “injustas” e reiterou que um grupo de trabalho buscará alternativas antes de 1º de agosto para proteger empresas e trabalhadores mexicanos.
Além disso, o México já demonstrou capacidade de resposta estratégica em negociações anteriores. Em fevereiro de 2025, Sheinbaum anunciou um acordo com Trump que suspendeu tarifas de 25% por 30 dias, com o compromisso de reforçar a fronteira com 10 mil soldados da Guarda Nacional e obter esforços dos EUA para conter o tráfico de armas para o México. Esse precedente fortalece a confiança da presidente em evitar a nova rodada de tarifas.
O México é altamente dependente dos EUA, com mais de 80% de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano, equivalente a cerca de 30% de seu PIB. Setores como o automotivo, que depende de cadeias de produção integradas entre os dois países, seriam particularmente afetados pelas tarifas. Produtos como peças de automóveis, cervejas mexicanas (como Modelo e Corona) e abacates, amplamente consumidos nos EUA, poderiam sofrer aumentos de preço, impactando consumidores americanos e mexicanos.
O Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), que substituiu o Nafta em 2020, é um pilar central na relação comercial entre os países. Trump tem usado o tratado como base para negociar isenções, como a suspensão temporária de tarifas em março de 2025 para produtos cobertos pelo USMCA, mas insiste que empresas mexicanas realoquem sua produção para os EUA para evitar taxações futuras. Sheinbaum, por sua vez, defendeu o fortalecimento da economia mexicana por meio do “Plano México”, que busca estimular a produção interna e proteger empregos, mantendo a competitividade do país no comércio global.
A imposição de tarifas por Trump não se limita ao México. A União Europeia, também alvo da taxação de 30%, reagiu por meio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que alertou para interrupções nas cadeias de suprimento transatlânticas e não descartou medidas retaliatórias. Líderes europeus, como o primeiro-ministro holandês Dick Schoof e a ministra da economia alemã Katherina Reiche, pediram negociações urgentes para evitar uma escalada na guerra comercial.
No caso do Brasil, Trump anunciou tarifas de 50% sobre exportações, justificadas por questões ideológicas e comerciais, o que gerou preocupações com inflação e perda de mercados. A estratégia mexicana de priorizar a negociação pode servir de exemplo para outros países afetados, como o Brasil, que busca diversificar parcerias comerciais com a Europa e a Ásia para mitigar os impactos.
Analistas, como Will Grant, correspondente da BBC no México, sugerem que Sheinbaum pode apresentar qualquer acordo como uma vitória, especialmente se evitar tarifas prejudiciais e garantir compromissos dos EUA no combate ao tráfico de armas. Para Trump, a ameaça de tarifas tem sido uma ferramenta eficaz para trazer parceiros à mesa de negociações, como visto no acordo de fevereiro. No entanto, a insistência de Trump em usar tarifas como pressão política pode gerar tensões prolongadas, especialmente se o México ou outros países optarem por retaliações.
Com negociações em curso e a data de 1º de agosto se aproximando, o México se posiciona como um ator estratégico, buscando equilibrar sua dependência econômica dos EUA com a defesa de sua soberania. A habilidade de Sheinbaum em manter o diálogo aberto, enquanto protege os interesses mexicanos, será crucial para o sucesso dessas tratativas.
Meta descrição: A presidente do México, Claudia Sheinbaum, confia em um acordo com os EUA para evitar as tarifas de 30% anunciadas por Trump, previstas para 1º de agosto. Negociações buscam proteger a economia mexicana e o USMCA, enquanto a soberania do país é defendida.