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Na manhã de quarta-feira, 2 de julho de 2025, um helicóptero militar operado pela Força Aérea de Uganda, sob a missão de paz da União Africana (AUSSOM), caiu no Aeroporto Internacional Aden Abdulle, em Mogadíscio, capital da Somália. O incidente, que ocorreu por volta das 7h30 (horário local), resultou na morte de pelo menos três pessoas, com relatos conflitantes indicando até cinco vítimas fatais, além de feridos graves. A tragédia levanta novas preocupações sobre a segurança aérea e a logística das operações de manutenção da paz na região.
O helicóptero, um Mi-24 pertencente às Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF), havia decolado da base militar de Baledogle, na região de Lower Shabelle, a oeste de Mogadíscio. Segundo testemunhas, o aparelho começou a girar descontroladamente antes de cair a poucos metros da pista, no setor militar do aeroporto, conhecido como Afisyoni. A queda foi seguida por uma explosão, que causou a detonação de munições a bordo, gerando chamas intensas e uma densa nuvem de fumaça.
Farah Abdulle, funcionário do aeroporto, relatou à Reuters: “Ouvimos uma explosão e vimos fumaça e chamas cobrindo o helicóptero”. O impacto também danificou estruturas próximas, ferindo três civis no local. Equipes de emergência agiram rapidamente para conter o fogo, mas a fumaça densa dificultou as operações iniciais de resgate.
A aeronave transportava oito ocupantes, incluindo piloto, copiloto e engenheiro de voo. Três sobreviventes foram resgatados com queimaduras graves e encaminhados ao hospital de nível II do Setor 1 da AUSSOM para tratamento. No entanto, o destino dos outros ocupantes permanece incerto, com relatos indicando que cinco pessoas podem estar desaparecidas ou mortas.
A Missão de Apoio e Estabilização da União Africana na Somália (AUSSOM), que substituiu a AMISOM em 2024, conta com mais de 11 mil militares de países como Uganda e Quênia. Sua principal tarefa é apoiar o governo somali no combate ao grupo extremista Al-Shabaab, afiliado à Al-Qaeda, que há mais de duas décadas promove uma insurgência brutal no país. Uganda é um dos maiores contribuintes de tropas para a missão, e o helicóptero acidentado fazia parte dessas operações de apoio logístico e segurança.
As autoridades da Aviação Civil da Somália, lideradas por Ahmed Moalim Hassan, confirmaram que uma investigação está em curso para determinar as causas do acidente. Fatores como condições adversas do terreno, falhas mecânicas ou sobrecarga operacional são apontados como possíveis razões, dado que acidentes com helicópteros militares não são incomuns na Somália.
O impacto do acidente foi sentido além das vítimas diretas. Um voo da Turkish Airlines foi desviado, e operações no aeroporto sofreram atrasos temporários, embora os voos domésticos tenham sido retomados rapidamente. A explosão e o incêndio causaram danos em áreas próximas ao local da queda, aumentando o impacto logístico em um aeroporto que é um centro crucial para ajuda internacional, operações comerciais e missões de paz.
O presidente da Comissão da União Africana, H.E. Mahmoud Ali Youssouf, expressou “profunda tristeza” pela perda dos militares, afirmando que “o sacrifício desses bravos pacificadores continuará a impulsionar a causa da paz, estabilidade e segurança na Somália”. Líderes de Estados membros da UA e parceiros diplomáticos enviaram mensagens de solidariedade, destacando o papel crítico das forças de paz no longo caminho da Somália rumo à reconstrução institucional.
Analistas de segurança observaram que o incidente expõe os desafios contínuos enfrentados pelas forças da AUSSOM, incluindo a manutenção de equipamentos em condições adversas e a coordenação logística em um ambiente de conflito prolongado. Este não é o primeiro acidente do tipo: em setembro de 2024, outro helicóptero ugandês caiu na mesma rota, embora sem vítimas fatais.
A tragédia no Aeroporto Internacional Aden Abdulle reforça a necessidade de revisar os protocolos de segurança aérea e manutenção de aeronaves em missões de paz. A Somália, ainda marcada por décadas de instabilidade, depende fortemente do apoio da AUSSOM para conter o Al-Shabaab e fortalecer suas instituições. No entanto, incidentes como este podem abalar a moral das tropas e levantar questionamentos sobre a sustentabilidade das operações em um contexto de recursos limitados e desafios operacionais.
Enquanto as investigações seguem, a comunidade internacional acompanha de perto, esperando respostas que possam evitar futuras tragédias. O acidente serve como um lembrete dos riscos enfrentados pelos militares que servem em missões de paz e do compromisso contínuo da União Africana em apoiar a Somália em sua luta por estabilidade.