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Washington, 6 de julho de 2025 – Em um movimento que promete reacender as tensões no comércio global, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que enviará cartas a 12 países na próxima segunda-feira, 7 de julho, notificando-os sobre novas tarifas que incidirão sobre suas exportações para os EUA a partir de 1º de agosto. A medida, descrita como uma abordagem de “pegar ou largar”, marca uma mudança estratégica da Casa Branca, que abandonou negociações complexas em favor de imposições unilaterais de taxas alfandegárias.
Desde abril de 2025, quando Trump anunciou tarifas “recíprocas” com uma base de 10% e taxas adicionais de até 50% para diversos países, o cenário do comércio internacional tem sido marcado por incertezas. Após uma pausa de 90 dias para negociações, que se encerra em 9 de julho, apenas dois acordos comerciais foram firmados: com o Reino Unido, que manteve a tarifa de 10% e obteve tratamento preferencial para setores como automóveis e motores de aeronaves, e com o Vietnã, que reduziu as tarifas sobre seus produtos de 46% para 20%.
No entanto, as negociações com outros grandes parceiros, como Japão, Índia e a União Europeia, enfrentaram repetidos entraves. Frustrado com a lentidão do processo, Trump declarou a bordo do Air Force One, a caminho de Nova Jersey: “As cartas são melhores… muito mais fácil enviar uma carta.” Ele se recusou a revelar quais países receberão as notificações, mas garantiu que a lista será publicada na segunda-feira.
As tarifas, que variam de 10% a 20% até um pico de 60% ou 70% para alguns países, têm o potencial de desestabilizar mercados financeiros e cadeias de suprimento globais. Em abril, o anúncio inicial de tarifas já causou turbulências, com quedas em bolsas de valores e vendas de títulos e do dólar americano. A nova escalada, com taxas ainda mais altas, pode intensificar esses efeitos, elevando os preços de bens importados e impactando consumidores e empresas americanas.
De acordo com a Tax Foundation, as tarifas impostas por Trump em 2025 equivalem a um aumento médio de impostos de quase US$ 1.200 por família americana, com uma projeção de arrecadação de US$ 2 trilhões na próxima década. No entanto, analistas alertam que a medida pode reduzir o PIB dos EUA em 0,8% e provocar retaliações comerciais, afetando exportações americanas.
A decisão de Trump reflete uma mudança de tática: em vez de buscar acordos bilaterais detalhados, que ele considera “muito complicados” para os mais de 170 países com os quais os EUA negociam, o presidente optou por impor tarifas unilateralmente. “Eu prefiro enviar uma carta dizendo: ‘Parabéns, você pode negociar nos Estados Unidos, mas pagará uma tarifa de 25%, 20% ou até 50%’”, disse Trump em entrevista recente à Fox News.
Apesar da retórica dura, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriu que cerca de 100 países podem manter a tarifa base de 10%, enquanto outros enfrentariam taxas mais altas. Ele também indicou que o prazo de 9 de julho pode ser flexível para países que demonstrem esforço em negociar. No entanto, com o fracasso de acordos com parceiros-chave como a Índia e a UE, a Casa Branca parece determinada a avançar com a estratégia de cartas.
A lista de países-alvo permanece em segredo, mas especulações apontam para nações como Japão, que Trump ameaçou com tarifas de até 35%, e membros da União Europeia, anteriormente visados com taxas de até 50%. A China, que negociou uma trégua temporária reduzindo suas tarifas para 30%, e o Canadá, com prazos de negociação separados, também estão no radar.
A comunidade internacional reage com preocupação. Diplomatas da UE informaram que as negociações com os EUA não avançaram e agora buscam estender o status quo para evitar aumentos tarifários. Na Índia, há suspense sobre a possibilidade de um acordo antes do prazo, com o primeiro-ministro Narendra Modi sob pressão para equilibrar interesses comerciais e a relação estratégica com os EUA.
Críticos, incluindo 23 economistas vencedores do Prêmio Nobel, alertam que as políticas de Trump podem levar a preços mais altos, déficits maiores e maior desigualdade. Além disso, disputas legais questionam a autoridade do presidente para impor tarifas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), com uma decisão judicial pendente para 31 de julho.
Com as cartas prontas para envio, o mundo aguarda os detalhes que serão revelados na segunda-feira. A estratégia de Trump, embora simplificada, pode intensificar a guerra comercial iniciada em abril, com impactos que vão desde o aumento do custo de vida até a reconfiguração de alianças econômicas globais. Para os consumidores americanos, o risco é de preços mais altos em produtos como eletrônicos, roupas e automóveis, enquanto as empresas enfrentam custos elevados e incertezas.
Para os 12 países que receberão as notificações, a escolha é clara, mas desafiadora: aceitar as tarifas impostas ou buscar negociações de última hora. Enquanto isso, o palco está montado para uma nova fase de tensões comerciais, com o mundo observando de perto as próximas jogadas de Trump.