Trump condena recentes ataques russos: "Vladimir, basta!"

Em um tom raro e incisivo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou sua insatisfação com os recentes bombardeios russos contra Kiev, capital da Ucrânia. Em uma postagem na sua rede social, Truth Social, Trump classificou os ataques como “desnecessários” e mal-temporizados, dirigindo-se diretamente ao presidente russo, Vladimir Putin, com um apelo enfático: “Vladimir, basta!”

Os ataques, que ocorreram na madrugada de quarta para quinta-feira (24 de abril de 2025), marcaram um dos episódios mais letais contra Kiev desde julho do ano passado. A barragem de mísseis e drones russos deixou pelo menos nove mortos e mais de 70 feridos, atingindo edifícios residenciais e espalhando medo entre a população.

Trump destacou o custo humano do conflito, afirmando que “5.000 soldados estão morrendo por semana”. Ele concluiu sua mensagem com um chamado urgente: “Vamos fechar o acordo de paz!” Essa declaração reflete sua crescente frustração com a falta de progresso nas negociações lideradas pelos EUA para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de três anos.


O Contexto do Conflito e as Negociações de Paz

A guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em fevereiro de 2022—”uma tentativa de Putin de reescrever as fronteiras da Europa”, como descreveu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky—continua a causar devastação. Apesar dos esforços diplomáticos, as negociações de paz enfrentam obstáculos significativos.

Na quarta-feira (23 de abril), Trump criticou Zelensky, acusando-o de prolongar o sofrimento ao se recusar a ceder a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, como parte de um possível acordo. Para Zelensky, reconhecer territórios ocupados como russos é uma violação da Constituição ucraniana e uma “linha vermelha” inegociável.

Por outro lado, a Ucrânia aceitou, há 44 dias, uma proposta de cessar-fogo dos EUA como um passo inicial para a paz. No entanto, os ataques russos persistiram, minando a confiança no processo. Zelensky classificou o bombardeio recente como “um dos mais absurdos da guerra”, sugerindo que a Rússia busca pressionar tanto a Ucrânia quanto os mediadores internacionais.

A Rússia, por sua vez, insiste que qualquer cessELY-fogo depende de condições como a “desmilitarização” da Ucrânia e o reconhecimento de territórios ocupados. O Kremlin acusou Zelensky de sabotar os esforços diplomáticos, enquanto a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou que o líder ucraniano “não tem capacidade para negociar o fim do conflito”.


A Frustração de Trump e o Papel dos EUA

Trump, que prometeu durante sua campanha encerrar a guerra em “24 horas”, enfrenta a complexidade de um conflito com raízes profundas e interesses opostos. Suas críticas a Putin são notáveis, já que o presidente americano frequentemente destacou a disposição russa para negociar, em contraste com a resistência de Zelensky.

No entanto, a proposta de paz americana, que inclui o reconhecimento da anexação da Crimeia e a cessão de outros territórios, foi rejeitada por Zelensky como inaceitável. Líderes europeus, como a alta representante da UE, Kaja Kallas, também criticaram a Rússia, afirmando que os ataques a Kiev são uma “zombaria” dos esforços de paz.

A postura de Trump oscila entre pressão sobre ambos os lados e ameaças de abandonar a mediação. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, alertou que os EUA podem desistir das negociações em poucos dias se não houver avanços claros, sinalizando a impaciência de Washington.


O Impacto Humano e a Resposta Internacional

O bombardeio de Kiev não foi um evento isolado. A Rússia também atacou outras cidades ucranianas, como Kharkiv e Pavlohrad, deixando um rastro de destruição. Em Kiev, equipes de resgate ainda buscam sobreviventes nos escombros, enquanto mais de 16 mil pessoas se abrigaram em estações de metrô durante o ataque. Entre as vítimas, estão crianças e uma mulher grávida, o que intensificou a indignação global.

A comunidade internacional reagiu com veemência. O presidente francês, Emmanuel Macron, questionou se Putin está disposto a aceitar um cessar-fogo incondicional, enquanto a Noruega, aliada da OTAN, reforçou a importância de apoiar a Ucrânia.

Enquanto isso, a Ucrânia continua a resistir. Zelensky destacou o uso de jatos Mirage franceses para repelir ataques russos, mas a suspensão da ajuda militar americana, anunciada em março, colocou o país em uma posição delicada.


O Que Está em Jogo?

O conflito na Ucrânia não é apenas uma disputa territorial, mas um teste para a ordem global. Para Putin, a guerra é uma oportunidade de desafiar a OTAN e afirmar a influência russa. Para a Ucrânia, é uma luta pela sobrevivência como nação soberana. E para Trump, é um desafio diplomático que pode definir sua presidência.

Enquanto as negociações patinam, o custo humano cresce. A declaração de Trump, embora direta, levanta questões: será suficiente para mudar o curso da guerra? Ou é apenas mais um capítulo em um conflito sem fim à vista?

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Sobre o autor: Suleimane Wague
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