A recente condenação de Manuel Chang nos Estados Unidos foi mais do que um simples golpe na corrupção em Moçambique — foi um tiro certeiro que revelou uma rede muito maior de figuras políticas envolvidas no escândalo das dívidas ocultas. O Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO), composto por 21 organizações não-governamentais moçambicanas, fez questão de deixar claro que o capítulo está longe de ser encerrado.
Em uma nota enviada à Lusa, o FMO reforçou que a sentença de Chang, acusado de embolsar sete milhões de dólares em subornos, é apenas a ponta do iceberg. Para o Fórum, o julgamento valida aquilo que eles já vinham alertando: há mais gente graúda nesse caldeirão de corrupção, e as investigações precisam avançar tanto em Moçambique quanto internacionalmente. “Não vamos parar até que toda a rede seja desmantelada”, declarou o FMO, em tom de determinação.
Chang, que foi Ministro das Finanças na época, viu sua carreira desmoronar como um castelo de cartas desde que foi detido no aeroporto de Joanesburgo em dezembro de 2018. Enquanto ele tentava escapar para o Dubai, os Estados Unidos já tinham suas cartas na mesa, com um mandado de captura internacional prontinho, ligando-o a um esquema que envolveu desviar dinheiro destinado ao desenvolvimento de indústrias-chave em Moçambique. O caso das dívidas ocultas, que somam uns impressionantes 2,7 mil milhões de dólares, afundou o país numa crise financeira que contrasta tragicamente com o crescimento econômico acelerado que Moçambique vinha experimentando.
Com a condenação de Chang, a expectativa agora é que outros envolvidos venham à tona. O FMO exige que a Justiça moçambicana não se acomode e siga investigando todas as figuras que tiveram participação direta ou indireta neste escândalo. E não, não é só uma questão de punir os culpados, mas de garantir que o povo moçambicano não continue a pagar a conta — literalmente — por decisões corruptas e secretas.
Manuel Chang, claro, nega todas as acusações e faz o que qualquer político encurralado faria: aponta o dedo para cima, mais especificamente, para o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que à época era ministro da Defesa. Nyusi, segundo Chang, teria sido quem o mandou assinar as garantias bancárias que sustentaram o esquema. A novela continua, mas uma coisa é certa: a paciência do povo moçambicano, assim como seu orçamento, já estão no limite.
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